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Arrogância e Prepotência

Tratar bem as pessoas não é uma coisa que eu sempre valorizei. Complicado é explicar que com 16 anos vivi rejeição e sofri com isso. Eu aprendi desde cedo que a imagem é a coisa mais importante para ser bem relacionado e ter como consequência a FELICIDADE. Aprendi isso com pessoas que fora da minha casa participavam da minha vida e eram como exemplos de satisfação. Gostaria de me relacionar com outras pessoas não apenas com minha família. E eu fui rodeado de pessoas que tinham a postura de negar os “cafonas”, os “pobres” e elas me pareciam pessoas muito satisfeitas com esse estilo vida, e eu resolvi negligenciar tudo o que meus pais haviam me ensinado. Houve uns anos em minha vida que buscava fugir dos meus pais – acredito que entre a 4ª à 7ª série – porque eles não eram tão legais como meus “amigos”, mas essa é outra história, até porque essa época minha arrogância não era tão “acentuada”.

Vivi: Um dia passeando num shopping fui percebendo que as pessoas não olhavam para mim, e pior, me ignoravam quando de alguma forma eu chamava atenção. Entrava nas lojas e era desrespeitado como ser humano e criança por obviamente “não ter dinheiro para tal produto” eles logo mandavam a real para não perder tempo comigo. Até mesmo dentro da minha família sempre gostei de familiares mas não era do “nível deles” e então pudia sentir a rejeição aí também. A busca para ser aceito foi tentar me vestir melhor, rejeitar outros iguais a mim (da mesma classe social), mas diferentes: Não gostariam de fazer parte de um grupo que rejeita outro por não poder e escolher não custear um estilo de vida de aparência.

Sabe, contando aqui isso, eu posso relembrar de como era tão intenso isso, como esse meu desejo tomava grande parte na minha vida. E eu me tornei, com cerca de 10 anos, exatamente aquela pessoa que me fez sofrer. Posso dizer que tem “cura”. Não é certo viver assim. Você pode querer coisas boas, você pode gostar de certo produtos e compra-los, mas te-los não te faz melhor do que ninguém, se possui-los faz se sentir maior, mostra que és menor. Hoje, sabendo como é sentir-se rejeitado, ignorado, e sabendo que fiz isso com muitas pessoas faço o máximo para conversar e tratar todos como igual. Eu me lembro da última pessoa que tratei com rejeição, e hoje aprendi a ama-la, e muito! Me arrependo muito por lembrar que pensava dessa forma. Não sou melhor que ninguém de maneira alguma, se estou numa posição maior do que uma pessoa, estou ali para servir e mostrar Jesus: Aquele que realmente ama a todos sem a tal acepção e traz a igualdade no meio dos homens, no meio da Igreja, no meio daqueles que O aceitam verdadeiramente.

Não é difícil conhecer a realidade de que você não é melhor que ninguém e vive para servir o próximo. Mas não é fácil botar em prática essa verdade. Só com o Espírito Santo isso é possível plenamente, acredito eu! Sei que serei julgado por escrever isso aqui, e que pode “confiar o que alguns pensavam”, sei que algum dirá que ainda sou. Mas achei importante compartilhar, e o que eu sinto e vivo com as pessoas é o que importa.